segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Introdução

Viajar é preciso, e para mim sempre foi o motivo e objetivo de quase tudo o que faço.

Mesmo assim, sempre passo por um dilema toda vez que estou para partir. É a relutância em partir sozinho. É um dilema insolúvel pois sempre chego a mesma conclusão, é melhor partir sozinho e ser livre para tomar qualquer rumo ou direção. Mas essa vontade de estar com alguém sempre volta, é o conforto e a segurança de ter alguém com quem dividir os problemas, as alegrias e descobertas do caminho.

A idéia é tentadora, mas onde encontrar a pessoa certa, ou mesmo alguém disposto a partir? É difícil. Infelizmente, hoje em dia a maioria das pessoas está mergulhada em uma luta contra o tempo. Todos estão trabalhando ou se preparando para assumir alguma função nessa máquina de produzir e consumir dinheiro, coisas, e por que não, pessoas.

Sonhar tornou-se difícil, quase que incomum. Sonha-se muito com conforto, carreira e segurança, e pouco com aventura e exploração. Isso nunca me agradou e me incomoda a ironia de o homem ser o único animal capaz de criar, pensar, e chegar a conclusões. E depois deste lindo processo, inventar algo que na maioria das vezes não é realmente necessário, e que acaba por nos aprisionar ainda mais a um mundo artificial e complicado.

Esta é a história de uma viagem, um mergulho em uma outra realidade, muito diferente da realidade urbana, mas muito mais próxima de todos nós do que ela pode aparentar a primeira vista. Espero mostrar com essa história o quão simples pode ser organizar e realizar uma viagem como essa, e incentivar as pessoas que sonham com algo semelhante a partir.

Partir é sempre o mais difícil. Uma vez na estrada, as coisas sempre acontecem, e por mais que se planeje uma viagem, sempre vai ser necessário improvisar. Não quero dizer que o negócio é sair pelo mundo totalmente sem rumo ou planos, mas deve-se gastar menos tempo, energia e pensamentos com desculpas para não realizar os nossos sonhos. O brasileiro é campeão de improvisação. Todos os dias temos que usar a cabeça criativamente para encontrar uma maneira melhor para fazer as coisas. Desde um caminho alternativo para ir ao trabalho até uma maneira para fugir da violência presente na grande cidade.

Na cidade existem milhões de pessoas e incontáveis variáveis que podem nos atrapalhar. Se conseguimos sobreviver aqui sem grandes acidentes, porque não conseguiríamos sobreviver mais próximos à natureza, que é muito mais gentil e inspiradora? As coisas que podem nos atrapalhar em uma viagem, digamos, mais selvagem, são poucas, e com planejamento e equipamentos adequados pode-se ir muito longe, preparado para os problemas que são sempre os mesmos; Orientação, proteção dos elementos, alimentação e locomoção.

Se você tem o equipamento e conhecimento para solucionar esses problemas, pode fazer as malas (não se esqueça de levar dinheiro) e cair na estrada.

Boa viagem!

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